sexta-feira, maio 26, 2017

25 de Maio - Santa Maria Madalena de Pazzi - 29 de Maio Beata Elias de S.Clemente


25 de Maio - Santa Maria Madalena de Pazzi

Santa Maria Madalena de Pazzi (* Florença, 2 de Abril de 1566 , + 25 de Maio de 1607) foi uma mística monja carmelita católica italiana. Educada piedosamente, desde cedo demonstrou um sentido profundo da presença de Deus, amor ardente à Eucaristia e forte inclinação para o espírito de penitência. Aos dezesseis anos foi admitida entre as monjas carmelitas do Mosteiro de Santa Maria dos Anjos da sua cidade.

A uma intensa vida espiritual aliou a observância dos votos religiosos e levou uma vida escondida de oração e abnegação. Pedia incessantemente pela reforma da Igreja, e dirigiu as suas irmãs no caminho da perfeição.Indizíveis sofrimentos físicos e dura provação espiritual puseram à prova sua paciência.Morreu enriquecida por Deus com graças extraordinárias. O seu corpo encontra-se incorrupto. Foi beatificada pelo Papa Urbano VIII no dia 8 de Maio de 1626 e canonizada pelo Papa Clemente IX a 28 de Abril de 1669. 

Santa Maria Madalena de Pazzi, filha de pais ilustres, modelo perfeito de vida e santidade, nasceu em Florença no ano de 1566.No batismo foi chamada Catarina, nome que no dia para a entrada no convento foi mudado para Maria Madalena. 

É uma das eleitas do Senhor, que desde a mais tenra infância dera indícios indubitáveis de futura santidade. Menina ainda, achava maior prazer nas visitas à Igreja ou na leitura da vida dos Santos. Apenas tinha sete anos de idade e já começava a fazer obras de mortificação. Abstinha-se de frutas, tomava só duas refeições por dia, fugia dos divertimentos, para ter mais tempo para ler os santos livros, principalmente os que tratavam da sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. 

Assim se explica o grande amor a Jesus Cristo, que tantas coisas maravilhosas lhe operou na vida. Não tendo ainda a idade exigida, não lhe era permitido receber a sagrada Comunhão. O desejo, entretanto, de receber a Jesus na sagrada Hóstia era-lhe tão grande, que os olhos se enchiam de lágrimas, quando via outras pessoas aproximarem-se da santa mesa. 

Com dez anos fez a primeira comunhão foi indescritível alegria que recebeu, pela primeira vez, o Pão dos Anjos. Ela mesma afirmou muitas vezes que o dia da Primeira Comunhão tinha sido o mais belo de sua vida.Logo depois da Primeira Comunhão, se consagrou a Deus, pelo voto de castidade perpétua. 

Quando contava doze anos, nos seus exercícios de mortificações, chegou a usar um hábito grosseiro, e dormir no chão, a por uma coroa de espinhos na cabeça e a castigar por muitos modos o seu delicado corpo, manifestando assim o ardente desejo de tornar-se cada vez mais semelhante ao Divino Esposo. 

Quando diversos jovens se dirigiram aos pais de Maria, para obter-lhe a mão, ela pode declarar-lhes:"Já escolhi um Esposo mais nobre, mais rico, ao qual serei fiel até a morte". 

Vencidas muitas dificuldades, Maria conseguiu entrada no convento das Carmelitas em Florença.Após a vestição, se prostrou aos pés da mestra do noviciado e pediu-lhe que não a poupasse em coisa alguma, e a ajudasse a adquirir a verdadeira humildade. 

Tendo recebido o nome de Maria Madalena, tomou a resolução de seguir a grande Penitente no amor a Jesus Cristo e na prática de heróicas virtudes.No dia da Santíssima Trindade fez a profissão religiosa com tanto amor, que durante duas horas ficou arrebatada em êxtase. 

Estes arrebatamentos repetiram-se extraordinariamente, e Deus se dignou de dar à sua serva instruções salutares e o conhecimento de coisas futuras.O fogo do divino amor às vezes ardia com tanta veemência que, para aliviá-la, era preciso que lavasse as mãos e o peito com água fria. 

Em outras ocasiões, tomava o crucifixo nas mãos e exclamava em voz alta: "Ó amor! Ó amor! Não deixarei nunca de vos amar!" Na festa da Invenção da Santa Cruz percorreu os corredores do convento, gritando com toda a força: " Ó amor! Quão pouco se vos conhece! Ah! Vinde, vinde ó almas e amai a vosso Deus!" 

Desejava ter voz de uma força tal, que fosse ouvida até os confins do mundo. 

Só uma coisa queria pregar aos homens: "Amai a Deus!" 

Maior sofrimento não lhe podia ser causado, do que dando a notícia de Deus ter sido ofendido.Todos os dias oferecia a Deus orações e penitências, pela conversão dos infiéis e pecadores, e às Irmãs, pedia, que fizessem o mesmo. 

Na ânsia de salvar almas, oferecia-se a Deus para sofrer todas as enfermidades, a morte e ainda os sofrimentos do inferno, se isto fosse realizável, sem precisar odiar e amaldiçoar a Deus. 

Em certa ocasião disse: "Se Deus, como a São Tomás de Aquino, me perguntasse qual prêmio desejo como recompensa, eu responderia: 'Nada, a não ser a salvação das almas' ". 

Os dias de Carnaval eram para Maria Madalena dias de penitência, de oração e de lágrimas, para aplacar a ira de Deus provocada pelos pecadores. 

Para o corpo era de uma dureza implacável; não só o castigava, impondo-lhe o cilício, obrigando-o a vigílias, mas principalmente o sujeitava a um jejum rigorosíssimo; durante vinte e dois anos teve por único alimento pão e água. 

Não menos provada foi sua alma ; Deus houve por bem mandar-lhe grandes provações. Durante cinco anos sofreu ininterruptamente os mais rudes ataques de pensamento contra a fé, sem que por isso se tivesse deixado levar pelo desânimo. 

Muitas vezes se abraçava coma imagem do crucifixo, implorando a assistência da graça Divina. Nos últimos três anos de vida, sofreu diversas enfermidades. 

Deus permitiu que nas dores ficasse privada ainda de consolações espirituais. Impossibilitada de andar era forçada a guardar o leito. Via-se então um fato extraordinário: quando era dado o sinal para a Missa ou Comunhão, ela se levantava, ia ao coro e assistia a Missa toda. 

De volta para a cela, caía de novo na prostração e imobilidade.Quando lhe aconselharam abster-se da Comunhão, declarou ser-lhe impossível, sem o conforte deste Sacramento, suportar as dores. 


No meio dos sofrimentos, o seu único desejo era: "Sofrer, não morrer". 

Ao confessor, que lhe falou da probabilidade de um fim próximo dos sofrimentos, ela respondeu:"Não, meu padre, não desejo ter este consolo, desejo poder sofrer até o fim de minha vida". 

Quando os médicos lhe comunicaram a proximidade da morte, Maria Madalena recebeu os sacramentos da Extrema Unção e do Viático com uma fé, que comoveu a todos que estavam presentes. 

Como se fosse grande pecadora, pediu a todas as Irmãs perdão de suas faltas. O dia 25 de maio de 1607 libertou-lhe a alma do cárcere do corpo. Deus glorificou-a logo, por um grande milagre. O corpo macerado pelas contínuas penitências, doenças, jejuns e disciplinas, rejuvenesceu, exalava um perfume delicioso, que enchia toda a casa. 

Cinqüenta e seis anos depois, em 1663, quando se lhe abriu o túmulo, foi-lhe encontrado o corpo sem o menor sinal de decomposição, percebendo-se ainda o celeste perfume. 

Obras literárias 

Santa Maria Madalena de Pazzi escreveu vários livros, mas por enquanto ainda não estão traduzidos em português. Os seus princiais escritos principais: 

Libro dei quaranta giorni (Livro dos quarenta dias) 
Libro dei colloqui (Livro dos colóquios) 
Libro delle rivelazioni e intelligenze (Livro das revelações e inteligência) 
Libro della prova (Livro da provação) 
Libro del rinnovamento della Chiesa (Livro da renovação da Igreja) 
Ammaestramenti (Ensinamentos) 
Avvisi (Avisos) 

Relíquia de Santa Maria Madalena de Pazzi 
e Corpo Incorrupto 


"Verdadeiramente és admirável, ó Verbo de Deus, no Espírito Santo, fazendo com que ele se infunda de tal modo na alma, que ela se una a Deus, conheça a Deus, e em nada se alegre fora de Deus". 

"Ó almas criadas de amor e por amor, porque não amais o Amor?". 

"Ó Amor não amado, nem conhecido. Ó Amor, faz com que todas as criaturas te amem, Amor" 

"Vem, Espírito Santo. Venha a unidade do Pai e do bem-querer do Verbo. Tu, Espírito da Verdade, és o prêmio dos santos, o refrigério dos corações, a luz das trevas, a riqueza dos pobres, o tesouro dos que amam, a saciedade dos famintos, o alívio dos peregrinos; tu és, enfim, Aquele que contém em si todos os tesouros. Vem, tu que, descendo em Maria, realizaste a encarnação do Verbo, e realiza em nós, pela graça, o que nela realizaste pela graça e pela natureza". 

"E parecia-me que a plataforma deste templo foi a elevada mente e o alto entendimento da Virgem Maria. Havia também um altar, e percebi que era a vontade da Virgem. E a toalha do mesmo altar era a sua puríssima virgindade. E o cibório onde Jesus se encontra é o coração da Virgem. E diante do altar vi sete lâmpadas que entendi serem os sete dons do Espírito Santo que igual e perfeitamente se encontravam na Virgem Maria. E sobre o altar encontravam-se doze formosíssimos candelabros que eu percebi serem os doze frutos do Espírito Santo que a Virgem possuía". 

Pensamentos: 

"A alma que recebe o Sangue divino torna-se bela como se a vestissem preciosamente, e tão brilhante e fulgurante que, se pudéssemos vê-la, seríamos tentados a adorá-la". 

"Quando ofereces o precioso Sangue ao Pai celeste, lhe ofereces um dom tão agradável, que ele se reconhece teu devedor". 

"O tempo mais apropriado para crescer no amor de Deus é aquele que se segue após a comunhão". 

"A alma que recebe a Eucaristia se torna bela, como que revestida de uma veste preciosa, e tão resplandecente, que, se pudéssemos vê-la, ficaríamos tentados a adorá-la" 

"Todas as nossas orações não devem ter outra finalidade a não ser alcançar de Deus a graça de seguir em tudo sua santa vontade" 

"Com a obediência estou segura de fazer a vontade de Deus, ao passo que não estou segura dedicando-me a qualquer outra ocupação" 

"A perfeita obediência exige uma alma sem juízo próprio" 

"Felizes os religiosos que, desapegados de tudo por meio da pobreza, podem dizer: 'Senhor, sois a parte da minha herança' (Sl 15,5)" 

"Certas pessoas querem o meu Espírito, mas querem-no como lhes agrada, tornam-se assim incapazes de recebê-lo" 

"Meu Senhor pensou em criar esta flor, desde toda eternidade por meu amor" 

"Sim, Jesus, vós estais louco de amor!" 

"Deus remunera as nossas boas obras segundo a pureza de intenção" 

"Quando pedimos as graças a Deus, ele não só nos atende, mas de certo modo nos agradece" 

"A honra de uma pessoa desejosa de vida espiritual está em ser colocada depois de todas as outras e em ter horror a ser preferida aos outros". 

"Os olhos da intenção reta inclinam a si os olhos do agrado divino" 

"Para a perfeição importa irmos não andando, mas correndo; não correndo, senão voando"

29 de Maio - Beata Elias de São Clemente


A vida de Irmã Elias nos deixa numa espécie de constrangimento pela sua simplicidade, na qual podemos ver uma profunda experiência de Deus e grande humanidade.

“O pensamento de que eu vivo para Ti, meu Deus, deve me fazer feliz em todos os eventos. Peço-Te, meu bom Jesus, com todo o meu coração a graça do desapego de todas as coisas deste mundo e viver apenas para Ti, de não desejar nada para mim, mas viver como se eu fosse sozinha no mundo.

Dá-me graça, ó meu Deus, para penetrar nos segredos mais íntimos do teu Coração ardente, e viver aqui desconhecida para qualquer olhar humano vivo e até para mim mesma; Faça que eu aja conduzida diretamente por Ti, fale inspirada por Ti, viva de Teu respiro, e as batidas do meu coração se fundam com as batidas divinas do Teu.”

Terceira filha de Giuseppe Fracasso e Pasqua Cianci, a nova Beata nasceu no dia 17 de Janeiro de 1901, em Bari (Itália), e foi batizada com o nome de Teodora.

A sua família mantinha-se graças ao trabalho do pai, mestre pintor e decorador de edifícios. Considerados excelentes cristãos, os pais de Teodora representavam para ela e para os seus quatro irmãos um seguro ponto de referência no seu crescimento humano e espiritual.

Quando tinha cerca de cinco anos de idade, Teodora afirmou ter visto em sonho uma linda “Senhora” que passeava num campo coberto de lírios floridos e em seguida desapareceu num feixe de luz. Depois da sua mãe lhe ter explicado o possível significado da visão, a criança prometeu que quando crescesse se tornaria monja. Além disso, na véspera da sua primeira Comunhão, sonhou que Santa Teresa do Menino Jesus lhe predizia: “Serás monja como eu”.

Entrou na Associação da Beata Imelda Lambertini, Dominicana de acentuada piedade eucarística, e depois na “Milícia Angélica” de São Tomás de Aquino, reunindo-se periodicamente com as amigas para meditar e rezar, ler o Evangelho, a “Imitação de Cristo”, as vidas dos santos e em particular a autobiografia de Santa Teresinha.

Em 1914 foi introduzida na Terceira Ordem Dominicana como noviça, com o nome de Inês, e fez a profissão no ano seguinte, depois de ter recebido uma dispensa especial, por causa da sua jovem idade. Ampliou infinitamente o seu campo de apostolado, de catequese e de assistência, dando livre espaço ao seu profundo desejo de fazer o bem ao próximo; contudo, o seu coração aspirava por uma vida de clausura. Assim, sabiamente orientada pelo seu confessor, preparou-se com uma profunda espiritualidade para dar o novo passo e, em 1920, vestiu o hábito carmelita escolhendo o nome de Irmã Elias de São Clemente. No ano seguinte emitiu os votos simples seguindo, a exemplo de Santa Teresa do Menino Jesus, o “pequeno caminho da infância espiritual onde me sentia chamada pelo Senhor”. Fez a profissão solene em 1925.

No final de 1926 começa a sofrer uma dor de cabeça contínua e grave, a qual ela chamou de “irmãozinho” amado “Meu irmãozinho – escreve para o sacerdote que dirigia a sua alma – não me permite fazer longos discursos, muito menos ouvir. Como você vê, todas as coisas cooperam para me isolar cada vez mais de tudo e viver somente de Deus. Nada perturba a paz de minha alma. Tudo que eu preciso é uma alavanca para levantar-me a Ele. Não, Padre venerável, não me arrependo de ter consagrada uma vítima do Senhor.” Na verdade, era o começo de encefalite, que a levaria à morte. Sua doença foi quase despercebida, tratada como uma simples gripe. A Irmã Elias sofreu deste mal durante o ano inteiro e, na vigília de Natal, recebeu a visita de um médico, que só pôde constatar a irreversibilidade das suas condições de saúde (meningite e encefalite).

A nova Beata faleceu ao meio-dia de 25 de Dezembro, entrando no Céu como tinha previsto: “Morrerei num dia de festa”. A jovem Carmelita deixou em todos uma lembrança nostálgica, mas também um grande ensinamento: é necessário caminhar com alegria rumo ao Paraíso, porque este é o “Ponto Omega” de todo aquele que crê. Foi beatificada em 14 de março de 2006.

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