Biografia de Beato Ciríaco Elias Chavara
Vigário-geral, Co-fundador
da Ordem Carmelita de Maria Imaculada
da Ordem Carmelita de Maria Imaculada
“Sin otra luz e guía
sino la que en el corazón ardía”
Se, com ânsias e em amores inflamada, a “noche oscura” em Fr. Juan de la Cruz, foi expressão da vida mística da Fé, a perseverança, segurança e ventura de Beato Elias legou uma ditosa forma de orar e viver a Fé na Igreja Cristã do Oriente.
Beato Elias Chavara foi desde o ventre materno acolhido pelos seus pais piedosos, que o levaram solenemente a batizar, decorridos oito dias, conforme costume, a 18 de fevereiro de 1805 em Kainakary(Índia).
Na primeira década de vida formou o seu espírito na escola local em Kalari, bebendo o saber linguístico e científico ministrado pelo seu professor hindu. Desde cedo inspirado pela llama “sólo en su Dios arrimada” deu os primeiros passos no caminho do sacerdócio pela mão do pároco da Igreja de São José.
No ano de 1818, na tenra idade de 13 anos, o mesmo menino Ciríaco ingressou no seminário de Pallipuran, tendo como exemplar superior o reitor Tomás Palackal. O seu vínculo extremoso à vida sacerdotal deu-se em 29 de novembro de 1829, aos 24 anos, tendo subsequentemente celebrado a sua primeira missa na igreja de Chennankari.
A este homem do senhor, foi-lhe destinado o ministério pastoral, mas amiúde voltava ao seminário para perorar e também assumir as funções de reitor, na ausência de Tomás Palackal. Nesse tempo, juntou-se a este e a Tomás Porukara, que já gizavam a formação de uma congregação.
Em 1830 recebeu a digníssima missão de ir para Mannanam para lançar a primeira pedra, ato consomado no dia 11 de maio de 1831.
Ambos os idealizadores da fundação já em união com Deus, Ciríaco assumiu com empenho resoluto a liderança do estabelecimento da congregação. Porquanto, no dia 8 de dezembro de 1855, festa da Imaculada Conceição, celebrou a profissão religiosa juntamente com dez companheiros, consolidando definitivamente a Ordem Carmelita de Maria Imaculada.
Permaneceu, então, como prior-geral de todos os monastérios da Congregação no período compreendido entre 1856 e o seu passamento. Entrementes, colaborou igualmente na fundação do Instituto das Irmãs da Mãe do Carmelo, em 1866.
Chegados ao ano de 1861 padeceu a Igreja de Kerala um grande cisma, nesse momento Beato Elias experimentou imensas asperezas, mas agiu sem sonegar a sua fonte que mana e corre e deu espírito aos versos de Frei Juan de la Cruz – Mi alma se ha empleado/ y todo mi caudal en su servicio – na canção “adónde te escondiste”. De tal modo que com espírito vívido foi o porta-voz ativo da resistência às incursões cismáticas dos ritos indianos, mantendo a fidelidade à Igreja de S.Pedro e ao rito latino, afastando o bispo caldeu, de nome Tomás Rokos, que estava destituído de autoridade eclesiástica.
Por esta dedicação veladora dos ritos cristãos Ciríaco Elias Chavara foi nomeado a partir de 1861 Vigário-Geral da Igreja Sírio-Malabar pelo Arcebispo de Verapolly. Portanto, desde aquele tempo até hoje, é reconhecido pela comunidade católica e pelos mais altos dignatários da Igreja como defensor da Igreja de Cristo, pela sua incansável e árdua luta pelo respeito e fidelidade a Roma, especialmente a sua histórica liderança, tenacidade e eficácia no pleito religioso e infiltração cismática de Tomás Rokos.
O cisma, embora não tenha prevalecido, deixou lastro de inconvenientes divisões, que persistem até hoje na região. Dado que, após a morte do Beato Ciríaco, um bispo, de nome Mar Elias Mellus, recusando-se a obedecer às normas da Cúria de Roma, formou uma comunidade independente, denominada “melusinos”, cujos seguidores totalizam 5 mil nos dias de hoje.
Se a Igreja católica possui hoje raízes naquelas comunidades isso deve-se essencialmente à intervenção do Beato. Sem essa fervorasa entrega à Fé Cristã, o catolicismo estaria esmorecido ou até extinto na região.
Após contrair uma doença fulminante, Ciríaco Elias Chavara entregou santamente a sua alma a Deus, no ano de 1871(com 66 anos), na cidade de koonammavu, próximo de Kochi, em profunda e imaculada solidariedade com a sua Fé. A sua última morada terrena foi a Igreja do Bom Pastor de Kattayam.
O Papa João Paulo II beatificou-o no dia 8 de fevereiro de 1986, em Kottayan na Índia. Ficou a sua memória litúrgica a celebrar no dia 3 de janeiro.
A sua espiritualidade permance como indiana, sacerdotal, monacal, carmelita, eucarística, mariana, apostólica, mas kupiakós “homem do senhor” foi essencialmente, e, antes de tudo, um homem de oração.
Marcelo Vieira ( Viana do Castelo)
http://carmojovem.blogspot.com.br
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